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segunda-feira, 27 de julho de 2020

Você já conhece as dimensões do dízimo?

São estas as dimensões do dízimo: religiosa, eclesial, missionária e caritativa. Ele tem por finalidade, portanto, colaborar para a realização do culto divino e da evangelização, prover o sustento do clero e de outros ministros, participar da manutenção das obras de caridade e da concretização da missão da Igreja.

O dízimo está profundamente relacionado à vivência da fé e à pertença a uma comunidade eclesial. Quando a fé é bem compreendida ela leva o fiel a tomar parte nos vários aspectos da vida da comunidade, pois cada um experimenta a profunda comunhão que se exprime na imagem do corpo: “Vós todos sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo” (1Cor 12,27); “Ele é a cabeça do corpo, que é a Igreja” (Cl 1,18).

A primeira dimensão do dízimo é, portanto, a RELIGIOSA: tem a ver com a relação do cristão com Deus. Contribuindo com parte de seus bens, o fiel cultiva e aprofunda a sua relação com Aquele de quem provém tudo o que ele é e tudo o que ele tem, expressando, na gratidão, sua fé e sua conversão. Essa dimensão, tratando da relação com Deus, insere o dízimo no âmbito da espiritualidade cristã. A partir da relação com Deus, ganha novo significado também a relação com os bens materiais e com seu correto uso, à luz da fé (Lc 12,15-21; 1Tm 6,17-19). A consciência do valor desses bens e, ao mesmo tempo, de sua transitoriedade, leva os fiéis, ao contribuírem com o dizimo, à experiência de usar os bens materiais com liberdade e sem apego, convidados que são pelo Senhor a buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6,33).

Decorrente da dimensão anterior, o dízimo apresenta também uma dimensão ECLESIAL. Contribuindo com o dízimo, o fiel vivencia sua consciência de ser membro da Igreja, e de que é corresponsável, para que a comunidade disponha do necessário para a realização do culto divino e para o desenvolvimento de sua missão. A consciência de ser Igreja leva os fiéis a assumirem a vida comunitária, participando ativamente de suas atividades e colaborando para que a comunidade viva cada vez mais plenamente a fé e mais fielmente a testemunhe. Contribuindo com o dízimo, cada fiel toma parte no empenho de todos e se abre para as necessidades de toda a Igreja. O dízimo também oferece condições às paróquias e comunidades de contribuírem de modo sistemático com a Igreja particular, mantendo vivo o sentido de pertença a ela.

O dízimo tem uma dimensão MISSIONÁRIA. O fiel, corresponsável por sua comunidade, toma consciência de que há muitas comunidades que não conseguem prover suas necessidades com os próprios recursos e que precisam da colaboração de outras. O dízimo permite a partilha de recursos entre as paróquias de uma mesma Igreja particular e entre as Igrejas particulares, manifestando a comunhão que há entre elas. De fato, em cada Igreja particular, na comunhão com as demais, está presente e atua a una e única Igreja de Cristo. O dízimo contribui para o aprofundamento da partilha e da comunhão de recursos em projetos como o das paróquias-irmãs e o do fundo eclesial de comunhão e partilha, no âmbito da Igreja particular; e nos projetos “Igrejas-irmãs” e “Comunhão e Partilha”, em âmbito nacional.

O dízimo tem ainda uma dimensão CARITATIVA, que se manifesta no cuidado com os pobres, por parte da comunidade. Uma das características das primeiras comunidades cristãs era de que “não havia necessitados entre eles”, pois tudo “era distribuído conforme a necessidade de cada um (At 4,34 e 35). Ao reconhecerem a autenticidade do ministério de São Paulo, os Apóstolos pediram que não se esquecesse dos pobres (Gl 2,10). “A opção preferencial pelos pobres está implicada na fé cristológica” e que a caridade para com os pobres “é uma dimensão constitutiva da missão da Igreja e expressão irrenunciável da sua própria essência”.

A Igreja é chamada à prática da diakonia da caridade também em nível comunitário, desde as pequenas comunidades locais, passando pelas Igrejas particulares até a Igreja universal; por isso, há necessidade de (...) uma organização articulada, mesmo através de expressões institucionais”. Por isso, os cristãos, animados por seus Pastores “são chamados, em todo lugar e circunstância, a ouvir o clamor dos pobres”. Quando a comunidade contribui sistematicamente para os projetos de promoção humana ou de socorro a necessidades específicas, contribui também para a humanização das estruturas sociais e para seu progresso. O dízimo fornece condições para essa “organização articulada”.

Fonte: O dízimo na comunidade de fé: orientações e propostas (Documento 106). CNBB, 2016.

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