Conversaremos sobre o dízimo, sua importância
na vida da Igreja e de cada fiel. O dízimo é uma contribuição voluntária,
regular, periódica e proporcional aos rendimentos recebidos, que todo batizado
deve assumir como obrigação pessoal - mas também como direito - em relação à
manutenção da vida da Igreja local onde vive sua fé. O dízimo é uma forma
concreta de manifestar a fé em Deus providente, um modo de viver a
esperança em seu Reino de vida e justiça, um jeito de praticar a
caridade na vida em comunidade. É ato de fé, de esperança e de caridade. Pelo
dízimo, podemos viver essas três importantes virtudes cristãs, chamadas de
virtudes teologais, porque nos aproximam diretamente de Deus. O dízimo é
compromisso de cada cristão. É uma forma de devolver a Deus, num ato de
agradecimento, uma parte daquilo que se recebe. Representa a aceitação
consciente do dom de Deus e a disposição fiel de colaborar com seu projeto de
felicidade para todos. Dízimo é agradecimento e partilha, já que tudo o que
temos e recebemos vem de Deus e pertence a Deus.
São muitíssimas. Por sua Palavra, Deus nos
convida: a confiar nele, que é o único Senhor de tudo; a ser-lhe agradecidos,
porque ele é a fonte de todo bem; a colaborar com ele na instauração de uma
nova sociedade, em que haja partilha e comunhão de bens, e em que não haja
necessitados. Nos textos que seguem, podemos conferir essa divina proposta. A
título de exemplo, citamos apenas algumas passagens bíblicas. Veremos primeiro,
que os patriarcas de Israel sabiam reconhecer os dons de Deus e lhe eram
agradecidos, oferecendo-lhe a décima parte de tudo o que possuíam: “Abraão deu
ao Senhor a décima parte de tudo” (Gen. 14,20). Jacó disse: “Eu te darei a
décima parte de tudo o que me deres” (Gen. 28,22). Através do
profeta Malaquias, Javé reclama do povo a oferta do dízimo, e lhe faz a
ousada proposta de fazer a experiência do dízimo, como sinal de confiança nas
graças que somente ele, Javé, pode dar. Diz Javé: “Vocês perguntam: Em que
te enganamos? No dízimo e na contribuição. Vocês estão ameaçados de
maldição, e mesmo assim estão me enganando, vocês e a nação inteira! Tragam o
dízimo completo para o cofre do Templo, para que haja alimento em meu
Templo. Façam essa experiência comigo. Vocês hão de ver, então, que
abrirei as comportas do céu, e derramarei sobre vocês as minhas bênçãos de
fartura”. (MI 3,8-10)
Quanto
se deve oferecer de dízimo?
Deve-se ofertar a Deus o que mandar o nosso
coração e o que a nossa consciência falar. O Apóstolo Paulo assim escreve: Dê
cada um conforme o impulso de seu coração, sem tristeza nem constrangimento.
Deus ama a quem dá com alegria (2 Cor 9,7). Os israelitas davam dez por cento
do que colhiam da terra e do trabalho. Daí vem a palavra dízimo, que
significa décima parte, dez por cento daquilo que se ganha. Veja como Deus é
bom. Ele lhe dá tudo. Deixa nove partes para você fazer o que precisar e
quiser, e pede retorno de somente uma parte. Assim, todos somos convidados
a ofertar de fato a décima parte. Mas é importante perceber o seguinte: dízimo
não é esmola, nem sobra, nem migalha, pois Deus de nada precisa. Ele quer nossa
gratidão. Ele quer que demos com alegria e reconhecimento e
liberdade. O que se dá com alegria faz bem àquele que dá e àquele que
recebe.
Deus quer que ofertemos o dízimo com alegria
e liberdade. Embora a palavra dízimo tenha o significado de décima parte, ou
dez por cento, cada pessoa deve livremente definir, segundo os impulsos de seu
coração, sem tristeza e nem constrangimento, qual seja o percentual de seus
ganhos que deve destinar ao dízimo a ser entregue para a sua comunidade. No
entanto, a experiência tem comprovado que aqueles que, num passo de confiança
nas promessas divinas, optaram pelo dízimo integral, isto é, pela oferta de 10%
de tudo que ganham, não se arrependeram de tê-lo feito e nem sentiram
falta em seus orçamentos. Ao contrário, sentem-se mais abençoados que antes,
quando suas contribuições eram proporcionalmente menores. Há muitos dizimistas que
dão este testemunho: quanto mais se oferece de dízimo, mais se ganha. Pois, o
dízimo é um ato de fé em Deus, que não deixa na mão os que nele confiam. De
qualquer modo, cada dizimista deve sentir-se livre diante de Deus
para fixar o percentual de sua contribuição. O dizimista não deve
preocupar-se com o que sai de seu bolso (se muito ou pouco dinheiro), mas o que
sai de seu coração (se pouco ou muito amor a Deus e à comunidade).
Fonte: Paroquia da Ilha
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