Em princípio, o dízimo deve ser oferecido
cada vez que se recebe algo: o salário, uma doação ou o resultado de uma venda
importante. De modo geral e prático, podemos dizer que a oferta do dízimo deve
ser mensal. Assim como você recebe seu salário todo mês, assim também
mensalmente deveria fazer sua oferta do dízimo. Por isso, é necessário
educar-se para fazer mensalmente a oferta do dízimo. Se o católico, que recebe
mensalmente o seu salário, não se educar para o dízimo mensal, ele irá dar, uma
ou outra vez, aquilo que sobrar. E isso não é dízimo, mesmo que seja uma grande
quantia. Se desse mensalmente apenas 1%, mas com alegria e consciência, seria
melhor. Sendo uma contribuição regular e periódica, e proporcional ao ganho de
cada dizimista, o dízimo deve ser entregue na comunidade com a mesma
regularidade com que acontece o recebimento de seus ganhos. A contribuição
mensal de cada dizimista favorece também a organização da Pastoral do Dízimo,
na comunidade, na paróquia e na diocese. Sabendo quanto recebe mensalmente de
dízimo, a Igreja pode fazer seus orçamentos e previsões, bem como pode prestar
contas regulares ao povo.
Por
que, para algumas pessoas, é tão difícil oferecer o Dízimo?
Vivemos numa sociedade em que o dinheiro e o
lucro ocupam o lugar de Deus e das pessoas. Jesus Cristo nos adverte que é
impossível servir a dois senhores, adorando ao mesmo tempo a Deus e ao Dinheiro
(Lc 16,13). Mesmo assim, há cristãos que seguem a proposta do mundo. A
sociedade materialista e consumista em que vivemos nos ensina a reter,
concentrar, possuir, ter, ganhar, consumir, acumular. Somos incentivados a ter
corações egoístas e fechados. O Evangelho, ao contrário, nos ensina que só quem
é generoso e não tem medo de repartir o que possui está, de fato, aberto para
acolher os benefícios de Deus. São dois projetos bem diferentes: a sociedade
consumista e egoísta ou o Reino da partilha e da justiça. É preciso fazer uma
escolha entre o Reino de Deus e o reino do dinheiro.
O que
o dízimo tem a ver com Deus?
O povo de Israel foi o primeiro povo da
história humana a acreditar em um só Deus, que governa todo o Universo. Foi
também, o primeiro povo a acreditar que, se o homem vive, é por vontade e
querer desse Deus, que criou o ser humano “à sua imagem e semelhança”. Por esse
motivo passou a fazer parte da vida desse povo a retribuição, o agradecimento.
Todo judeu oferecia a décima parte de seus bens, como retribuição dos bens
recebidos de Deus. Como nós, cristãos, temos nossas raízes nesse povo judeu,
herdamos dele certas formas de homenagear o nosso Deus, que acreditamos ser o
Pai de todas as pessoas. O dízimo é uma das mais antigas formas de
agradecimento do ser humano a Deus. Não podemos deixar de reconhecer que, com o
passar do tempo, tais formas de retribuição foram deturpadas. O dízimo, que
inicialmente era uma necessidade de o ser humano manter sua solidariedade com
seus irmãos e irmãs, através da Igreja, passou a ser uma obrigação imposta pela
Igreja dos tempos antigos, perdendo o verdadeiro sentido que tinha no
princípio.
ANTES
DE MEXER COM O BOLSO, O DÍZIMO TOCA O CORAÇÃO.
Atualmente, a Igreja pretende redescobrir seu
verdadeiro sentido para que nós cristãos possamos entender melhor o porquê do
dízimo. Ele não é invenção humana e sim um dos mandamentos bíblicos e um
excelente meio de vivermos as três grandes virtudes chamadas teologais. As
virtudes teologais são chamadas assim, porque nos põem em relação direta com
Deus ou porque nos levam a fazer o que faz o próprio Deus. São elas: a fé, a
esperança e a caridade. Como sabemos, a Igreja é formada por pessoas que devem
unir-se em comunidade. Em outras palavras, cada membro da Igreja é e deve
sentir-se responsável pelos outros que formam a Igreja. Deus é Pai de todos e
quer a plena realização de todos. Ora, ninguém pode chegar a essa realização
sozinho. Por isso o sentido do dízimo é hoje riquíssimo, pois é um dos meios
pelos quais cada cristão demonstra sua responsabilidade para manter a Igreja a
que pertence, seja a Igreja-Templo, como também a Igreja-Povo.
Fonte: Paróquia da Ilha
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