Cruz: amor e humildade
A Festa da Exaltação da Santa Cruz é a festa do amor do Pai pela humanidade. Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, morreu na Cruz em obediência amorosa ao Pai. Embora possa parecer estranho fazer festa com um símbolo que lembra sofrimento, dor, morte; a Igreja celebra não algo negativo, mas celebra-se a vitória da Cruz. Na Cruz temos a vitória, a esperança, a salvação, a vida eterna, por isso, podemos fazer festa.
A Cruz tem tudo a ver com a vida humana, tanto as pessoas cristãs quanto as não-cristãs a levam a cada dia. Inevitavelmente, a pessoa quando nasce (e muitos até antes de nascer) já passa por dificuldades, já tem de tomar a sua cruz, pois a vida é um desafio, “a vida é bela”, mas tem as suas “feiuras”. Aliás, a vida é vida porque possui momentos bons e momentos não tão bons assim. As coisas não tão boas; e os fracassos quando sabemos tirar proveito, nos ensinam e nos melhoraram.
Peçamos ajuda para carregar a nossa santa Cruz
A grande diferenças está em como encaramos o ‘peso da cruz de cada dia”. Há pessoas que encaram as dificuldades como um “peso pesado”, desculpe a redundância, mas apenas reclamam. “É pesado demais! Eu não aguento. Deus me abandonou! Ninguém me vê, ninguém me ajuda…”. E, há pessoas que sabem que o peso é “pesado”, mas não param no peso como um obstáculo; conseguem desviar, conseguem olhar além; tomam consciência da fraqueza, aceitam ajuda; se humilham ou pedem ajuda. Ajuda celeste e ajuda terrestre, ajuda devido a uma fé vivida, e ajuda porque sabe que o próximo também é um auxílio divino.
Observemos que Jesus tomou a Cruz e a levou. Mas, chegou num certo momento que não dava mais, os soldados perceberam e chamaram um certo Simão que passava por ali (cf. Mt 27,32). Jesus poderia ter dito: “Não, não preciso de ajuda, o Pai vai me ajudar, esperem aí. Não, não quero ajuda, ela é minha e vou levar até o fim…”. Mas não foi isso que aconteceu, o Cristo aceitou a ajuda daquele Cirineu. O Pai ajudou o Senhor e o Pai também enviou um homem para ajudá-Lo.
Olhemos para a Cruz de Cristo e lembremos que o Pai nos ama
Será que quando sentimos que o peso está demais, temos a humildade de pedir ajuda ou de receber ajuda de quem se aproxima da gente? Por que será que insistimos em alimentar o ego da autossuficiência? “Eu me basto! Eu faço e aconteço! Não posso demonstrar minha fraqueza, o que irão pensar de mim?”, esses pensamentos que nos rodeiam não serão o pecado?
Não será a nossa falta de consciência de nossa finitude; que o caminho se torna mais tranquilo quando se pede ajuda? Claro que, o ser humano é capaz de muitas coisas boas e continuará a ser, mas que cada homem e mulher tenham a humildade de contar com o outro e de pedir ajuda.
Assim, nessa Festa da Exaltação da Santa Cruz, celebramos a Cruz salvadora, celebramos o amor do Pai. Ele ama tanto que, também, permitiu que cada filho tomasse a sua “santa cruz”. Sim, é dessa forma que devemos celebrar, por mais estranho que pareça. Carregar a cruz de cada dia é lembrar do amor do Pai partilhado conosco. Por isso, tomemos a nossa cruz e lembremos da Cruz de Jesus. Nela, o Pai amou Jesus, com ela Jesus amou o Pai, no escândalo (1Cor 1,23) da Cruz o amor foi e é revelado. Vamos contemplá-la e fazer festa, olhemos para a Cruz e lembremos que o Pai nos ama. A contemplemos e peçamos ajuda a Jesus e a algum “Cirineu”. E, por fim, sejamos Cirineu para Jesus.
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